E lá estavam, os dois amantes, quase na hora de partir.
Nus, abraçavam-se um contra o outro, forte, sob a chuva salgada, no centro do quarto.
"Pelo menos pude sentir seu corpo todo pela última vez", alguém disse.
Invadiu a casa o espírito das últimas vezes.
O último almoço em família, último sorriso infantil do bolo com sorvete, última corrida sem roupa do banho para o quarto.
Do elevador ao aeroporto, tudo parecia se desmoronar, ao longo do caminho que o carro traçava.
O Pão-de-Açúcar e o Corcovado acenavam: "até nunca mais".
A menina não tirava o rosto das mechas cacheadas dele - e se elas fugissem?
Embarque. Não há mais como adiar.
O último abraço. "Não é o fim".
A tentativa de guardar a sensação do abraço para sempre, cada toque, o aroma.
Até o próximo sonho.
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário