quinta-feira, 11 de novembro de 2010

ao leão

santa loucura que introjetou-se em mim;
borboletas no estômago e formigueiro no peito
agonizam-me enquanto o vejo caminhar.
se há alguma energia provedora, eu lhe suplico
piedade de uma alma afortunada
que encontraste o clímax de seu roteiro:
uma centelha que fez amor com um lampião
e cujo fruto está em mim,
aquecendo meu drama em meio ao novembro nublado.

chuva de novembro me trouxe a fantasia
de esperar-lhe como quem parece ocupado
e aceitar um convite de vagar sem rumo
por baixo de uma grande folha,
onde há só nós ao lado da colônia.
a alma afortunada então treme como carneiro
vulnerável frente ao leão
mas paralizado por seu fascínio
e se a juba se aproximasse da presa
cabe a ela aceitar seu destino
como Delfos já aconselhara,
e como seu coração já implorara...

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