sexta-feira, 12 de novembro de 2010

alegoria ao intelectual francês

discurse para mim
sobre a fenomenologia das subjetividades pós-modernas
sobre os sentidos por ti embutidos a plexos pulsionais
sobre as impressões de mundo vindas de seu âmago
enquanto acende mais um cigarro
e tuas madeixas espreguiçam-se até cobrir seus olhos
desordenadas até o último fio
serei o ouvido mais leal que já viste
sempre com um sorriso envergonhado
desde que a vermelhidão passe despercebida
e lembre de fechar os lábios -
tanto para evitar vazamento por contemplação
como para não deixar transparecer
o quão mortífero é o desejo de levá-los aos seus.

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