a visão de seus olhos vermelhos latejantes
e minha culpa enlaçada a eles
me assombrarão pelas mil e uma noites
que ainda deitarei a seu lado,
relutando em lembrar-me
do abalo sísmico que lhe causei
pela mera expressão de um desvirtuamento...
quem o sabe, quem o julga?
já não me importo mais o que é ou não um desvio
desde que o pesadelo de ter de viver sem ti
não desbrave seu caminho tortuoso até o mundo real
para que torne tortuoso o meu
e as nuvens acima não despejem um novo oceano
que nos separe a fim de rasgar meu âmago
pelo pensamento de não mais fundir nossas filosofias
não conseguir substituir seu ronrono pelo do mais tenro felino
não ser capaz de reproduzir suas implicações e risadas patetas
ou de não ouvir as mínimas obssessões que arrancam-me sorrisos
com minusciosas descrições e entonações que compõem seu brilho próprio.
deixai nosso amor queimar-se em vela,
para que a sublimação se dê em fusão
e nossos seres, já mesclados, se pertençam até o próximo ciclo
onde surgiremos permutados de outras formas
sempre num giro gestáltico,
sempre os yins e os yangs
sempre, nós.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário