folheando páginas amareladas
engreno em uma trilha vespertina
por dentre folhas de gelo e cerejas de cristal
dimensão de tempo descontínuo
fragmentado
cujas luzes refratam em prisma
num arco-íris estrelado que rouba meu ar
para que ele respire por mais tempo
e brilhe tal como os lençóis das suas cores.
contemplo esse espetáculo
desejando transmitir para meus amores:
rabisco rascunhos desse mundo
na contracapa de um García Márquez
e o deixo em uma praça qualquer
à deriva
para que alguém o decifre...
e com um beijo de boa sorte
faz-se amuleto.
dedico-lhe ao amor,
e tatuo minha devoção com negra tinta
ao fazer germinar de mim as tais palavras:
àquele que achar paixões e vivê-las,
que descubra a autopoiese de transformar e ser transformado,
de derreter em si e no outro,
de libertar os sentimentos ao princípio da incerteza,
o mágico movimento do universo em uma pequena esfera
que vaga cravando seu nome
wanderlust.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
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