rabisco duas letras e suprimo
recolhendo-me a meu estado melancólico
para não contagiá-lo ou apodrecê-lo
e liberar a corrente tal como ela é
enquanto o assisto distante quebrar e crescer.
nado rumo a nada
estado aquoso e amorfo,
buraco negro do meu peito gira em torno do seu próprio eixo.
ato-lhe se transparecer qualquer desejo
qualquer imensidão que lhe chame ao destinatário
a fim de traduzi-lo seus mais íntimos pensamentos
como sempre o foi, como sempre.
agora deve deixá-lo, ao caos
e acolhê-lo com o seu silêncio
frente às barbaridades espartanas que sangram meu ouvido.
se perder ou esquecer o endereço
daquela carta encardida pelas lágrimas
tinta apagada pelas brocas
vasculhe no fundo falso
os mil bilhetes perfumados com nada escrito
escondidos pelo tempo, por amor
distante.
domingo, 12 de dezembro de 2010
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