quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

distante

pego emprestado os versos de outrém
para fugir do que tenho a dizer
tanto pelo medo
tanto pelo dedo
quanto pelo dado
pré-fabricado
que o outro atirará em ombros meus
contra os meus
só para cumprir seu papel de afago.

sem saber, entreguei-lhes o meu todo
de um modo ou de outro
poderíamos fazer nascer uma linda história
tecida entre versos e acordes
filosofias e ficções
tão seus e tão meus
unívocos em um abraço,
a fantasia desenhada em papel almaço.

sou um ser de mil amores
mas só queria perguntar
"dos versos meus, tão seus que esperem
que os aceite em paz
eu digo que eu sou
o antigo do que vai, adiante
sem mais, eu fico onde estou,
prefiro continuar distante..."

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