sexta-feira, 24 de setembro de 2010

faísca de um novo que já é

o que será que há
no caótico desgrinhado daquelas madeixas
no quadro embaraçado e curvado para si
no aspecto encardido da cabeça aos pés
no ar intelectual dos cafés parisienses
no jeito delicado de escrever
que arranca de mim um ronronar peculiar
e um ímpeto desejo de aganchar-me em seus cabelos,
esfregar-me em suas bochechas de meias-barbas,
e desfalcar-lhe um beijo para derretê-lo e fundi-lo em mim.

por que será
que a cada vez que ouço um certo sotaque britânico
e certas notas untadas em melodia celestial
me vem a sublime fantasia em uma bicicleta
e meus olhos não sabem mais parar de segui-lo...
sim,
é projeção do que já é
e do que será.
mas o é diferente, excitante
e enigmático
do perfeito arquétipo cravado em minha paixão...
basta rememorar-me desta racional idéia
que nada passará de uma centelha!

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