ao ouvir a pergunta, viro-me de costas para deparar-me com os estupradores sociais.
nos olhares cintilantes de esperança enxergo todas as suas fantasias sendo consumadas em uma única resposta, cuspida em minha boca; o brilho de suas faces e sorrisos deixa transparecer uma dourada promessa de finais felizes vividos através outros olhos, outros sorrisos.
antecipo a decepção nos olhos reluzentes ao encarar a verdade, sentindo os gélidos corredores de titâneo que agora nos separam. meu rosto é iluminado pela sua excessiva cor branca, minha visão fez-se eclipse e borrão; as açucaradas expectativas não correspondem à piscina de lama e lava que é minha alma. minha tarefa foi descumprida; o que deveria sentir um corpo dócil como o meu não sente. ele sente sede, sede de algo além do dever - seria o devir? meus olhos não o reconhecem mais? não sabia. não sabia nem mesmo que nome anotar na etiqueta para posterior análise ou engavetamento. na verdade, meus sentimentos em torno daquela gaveta se faziam mais claros do que qualquer outro: ah, o horror!
então minto, um sorriso é secretado e excretado do casulo e enfim declaro: "ainda não caiu a ficha!"
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