No que se refere ao ceticismo característico da pós-modernidade, pode-se observar suas conseqüências claramente no dia-a-dia dos jovens ao nosso redor. O individualismo crescente, junto com a ascensão da automação e aos numerosos sites de relacionamento, faz da presença humana algo descartável.
O compartilhamento de intersubjetividades humanas agora podem ser realizados online, sem a menor necessidade do contato face a face. Em paralelo, é possível realizar um afazer que antes era feito pela comunicação cliente-atendente por uma máquina. Finalmente, para compensar este desmembramento social resultante, as pessoas não podem dizer que estão isoladas das relações sociais: todas estão ligadas pela rede em todo o mundo.
Entretanto, as subjetividades de cada um chegam perto de serem compreendidas por outrém com a presença. O olhar, o tom de voz, a energia trasmitida pele a pele. Somente informações frias e práticas podem ser trasferidas sem perdas de e para qualquer lugar do mundo.
Como conseqüência desta carência de toque e comunicação ao vivo, o indivíduo adere a uma solidão coletiva. Todo o mundo conectado a cada segundo, cada um em seu desespero particular.
Em meio a uma grande cidade, principalmente, o sujeito é inserido num contexto de anonimato à massa, o que aumenta o sentimento de solidão. Tudo aglomera-se à supravalorização dos conhecimentos científicos, racionais e práticos, que por sua vez se relacionam intimamente a conveniências institucionais (tais como Estado, empresas, comunidade científica em si, valores capitalistas coletivos, interesses internacionais diplomáticos, etc). Ambos os dominantes morais citados acarretam uma intensidade maior ainda à solidão individual, dado que os interesses protegidos não são de caráter coletivo.
Todos estes fatores de desenvolvimento da solidão, que apresetam uma visão hiperracional, fazem desenrolar, como dito no começo, uma visão cética da realidade: os valores sentimentais e humanos são deixados para trás, o que causa uma descrença na essencialidade da presença do ser humano no processo de desenvolvimento - este, considerando a visão moderna, relacionado puramente ao avanço tecnológico.
O indivíduo, sentindo-se descartado, entra em uma crise existencial e um desespero no que se diz às relações interpessoais, o que gera um desencaixe de identidade. Ele está, de repente, solto pelo meio social, em meio a um cardume: incerteza.
Daí pode-se iniciar um processo de "retrocesso" a visões de décadas passadas, como a de 60, pela busca de uma ideologia de vida, que motive o sujeito a seguir sua vida. Uma busca por algum sentimento nesse mundo de razão, algum misticismo nessa secura ideológica que é a pós-modernidade...
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