quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Rascunho: sexualidade e neurociência

A sexualidade, por uma questão de amadurecimento cerebral e hormônios, é despertada na adolescência pela sensibilização de neurônios, estimulada pelo estrogênio e testosterona.A influência dos genes e hormônios é fundamental para o interesse sexual, seja ele qual for, da formação de algumas áreas do cérebro. Estas determinarão mais tarde a preferência sexual, depois de amadurecidas na adolescência, pelo sexo composto na maioria das pessoas ou pelo mesmo sexo em algumas . Logo se esse caminho se revela na adolescência, mas já vêm desde a gestação, ele apenas é descoberto.
HERCULANO-HOUZEL, Suzana. "O cérebro em transformação" (2005).


RASTRO SEXUAL
O comportamento [sexual] desencadeado depende radicalmente de como essa região [hipotálamo] é ativada. O hipotálamo dos homens heterossesuais responde fortemente ao feromônio feminino EST (estra-1,3,5(10),16-tetrae-3-nol), um derivado do hormônio estrogênio. A mesma região do cérebro das mulheres heterossexuais reage ao feromônio masculino AND (4,16-androestadie-3-nona), que deriva dos hormônios sexuais masculinos. Como era de se esperar, o AND aumenta a excitação das mulheres e diminui a dos homens quando ambos são heterossexuais.
(...)
SEXO 'ERRADO'
Até algo tão fundamental como sentir-se homem ou mulher parece ser determinado pela biologia do cérebro. Ao examinar, em 2000, um grupo de 42 pessoas composto de homens e mulheres hétero, homo e transexuais, pesquisadores holandeses observaram um número duas vezes maior de neurônios no núcleo BST da via vomeronasal [receptor de feromônios ligado ao desencadeamento de reações fisiológicas no comportamento sexual] nas pessoas que se identificavam como homens em comparação às que se identificavam como mulheres - independentemente do sexo biológico, da preferência sexual e do fato de terem sido ou não tratadas com hormônios sexuais.
IDEM. "Entre iguais" (Revista Mente e Cérebro, Edição Especial nº 10 - 'A Trégua dos Sexos').

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Cada um no seu quadrado

No que se refere ao ceticismo característico da pós-modernidade, pode-se observar suas conseqüências claramente no dia-a-dia dos jovens ao nosso redor. O individualismo crescente, junto com a ascensão da automação e aos numerosos sites de relacionamento, faz da presença humana algo descartável.
O compartilhamento de intersubjetividades humanas agora podem ser realizados online, sem a menor necessidade do contato face a face. Em paralelo, é possível realizar um afazer que antes era feito pela comunicação cliente-atendente por uma máquina. Finalmente, para compensar este desmembramento social resultante, as pessoas não podem dizer que estão isoladas das relações sociais: todas estão ligadas pela rede em todo o mundo.

Entretanto, as subjetividades de cada um chegam perto de serem compreendidas por outrém com a presença. O olhar, o tom de voz, a energia trasmitida pele a pele. Somente informações frias e práticas podem ser trasferidas sem perdas de e para qualquer lugar do mundo.
Como conseqüência desta carência de toque e comunicação ao vivo, o indivíduo adere a uma solidão coletiva. Todo o mundo conectado a cada segundo, cada um em seu desespero particular.

Em meio a uma grande cidade, principalmente, o sujeito é inserido num contexto de anonimato à massa, o que aumenta o sentimento de solidão. Tudo aglomera-se à supravalorização dos conhecimentos científicos, racionais e práticos, que por sua vez se relacionam intimamente a conveniências institucionais (tais como Estado, empresas, comunidade científica em si, valores capitalistas coletivos, interesses internacionais diplomáticos, etc). Ambos os dominantes morais citados acarretam uma intensidade maior ainda à solidão individual, dado que os interesses protegidos não são de caráter coletivo.

Todos estes fatores de desenvolvimento da solidão, que apresetam uma visão hiperracional, fazem desenrolar, como dito no começo, uma visão cética da realidade: os valores sentimentais e humanos são deixados para trás, o que causa uma descrença na essencialidade da presença do ser humano no processo de desenvolvimento - este, considerando a visão moderna, relacionado puramente ao avanço tecnológico.

O indivíduo, sentindo-se descartado, entra em uma crise existencial e um desespero no que se diz às relações interpessoais, o que gera um desencaixe de identidade. Ele está, de repente, solto pelo meio social, em meio a um cardume: incerteza.

Daí pode-se iniciar um processo de "retrocesso" a visões de décadas passadas, como a de 60, pela busca de uma ideologia de vida, que motive o sujeito a seguir sua vida. Uma busca por algum sentimento nesse mundo de razão, algum misticismo nessa secura ideológica que é a pós-modernidade...

Ao homem

São poucas, porém veementes, as qualidades que fez-se enquadrar o homem ao papel de dominador - interesses sociais privados à parte.

A mulher é, por razões óbvias, a obra prima mais inspiradora já esculpida; mas há alguma coisa nos homens. Algo em suas costas robustas e seus braços devoradores, sua libido insaciável que consome por inteiro, sua agressividade com que nos emprurram contra a parede e fazem de nós suas.
Eles podem não ter seios, curvas dignas de todas as poesias do mundo, ou mesmo a delicadeza e sensibilidade que nós temos. Mas homem é capaz de, com certos movimentos, dominar completamente qualquer mulher. Com uns certos toques, beijos, mordidas e seguradas, não importa seu nível de sensibilidade, inteligência ou interação - essas são coisas que determinarão se continua - no momento do fogo, com "a pegada", ela é sua...

Hermenêutica Livre

Quem foi o primeiro a dizer
Que o amor é entre dois?
O amor é um,
É dois,
É três,
É mil.
Não tem muros nem trancas,
Quiçá abertas, há janelas
Pra pular aonde e o quanto quiser.

Se ele emergiu
É porque quer sair.
Deixe-o brincar, se manifestar
Entrar em cada toca
Pintar, experimentar
Costruir - ir.

Só assim ele floresce
Só assim ele cresce
Criar laços, intimidade
Rir, chorar, gritar, sucumbir
Compartilhar...
Sem pressões ou expectativas
Sem possessões destrutivas.
Impeça o amor de fluir
E ele se afogará...
Em mágoas, desespero
E sociedade.