acorrentada em rede de forças
que convergem para passado e futuro
caldeirão de contradições pulsantes.
poção cinza-escura,
cimento que petrificará a posição fetal
e a única vida que de lá brotará
será o salgado suco da minha melancolia.
corro por um abraço único,
por um carinho que tanto conhecia
e congelo-me a caminho
pois mais uma vez, seria pedra.
sinto-me em regressão
em precipício
em náuseas com o coração pelo pescoço;
olho os cachos e tudo que mais quero
é enterrar-me neles...
como se libertar dessa areia movediça
desse externamento de necessidades
quando não há qualquer luz em meu íntimo?
a noite lá tomba,
sem lua, sem estrelas, sem meteoros
sem chão, sem teto
um breu sem um peito pra se apoiar.
quem poderá desenterrar minha carcaça abandonada?
apenas eu, apenas se a chama íntima se reascender;
mas e quando não há lenha para tais faíscas?
e quando o calor já não mais se conhece?
como esfregar meu próprios gravetos?
frente ao penhasco, peço socorro
e voz nenhuma atende
nem mesmo o próprio eco
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário