domingo, 6 de junho de 2010

nublado

o sonhador vagueia pela praia negra,
por entre centelhas de setembros perdidos
que mais parecem nuvens de castigo.
quase na chegada, ele dorme
ele se acostuma...
mas e aquele portão dourado que o espera?
será mesmo que atrás deste, a felicidade eterna o abraçará?
será que seus doces sonhos não desvanescerão na passagem entre mundos?
acordar : é compulsório
e agora que o céu se aproxima, é hora de não mais exitar
é hora de encarar todos os seus pedidos
que se realizaram - e, portanto, perderam o romance.
o gelo gostoso que voa pelas bochechas
e o salgado das lágrimas que choviam nos dias de verão
faziam-se construir um imenso guarda-sol
sem janelas , sem frestas
para manter os 16º que o fazia se abraçar
debaixo das cobertas, em seu mundo
atemporal, literário
para toda a eternidade até o alarme tocar.

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