no meio do deserto salino havia um repolho
lá dentro, pauline se encolhia
mergulhada em fluidos brilhantes como o céu
na imensidão branca...
em seu pequeno mundo, dançava
dançava como nunca poderia dançar viva
e lá, se sentia especial :
cavalos marinhos e serpentes de nuvem a nutriam
a luz dos olhos de vaga-lumes
com um vento gostoso a acordava, suavemente
todas as noites matinais
e dias de entardecer
e em todos, entre rodopios infinitos,
ela rezava - "obrigada, deus,
por não me fazer nascer!"
domingo, 6 de junho de 2010
nublado
o sonhador vagueia pela praia negra,
por entre centelhas de setembros perdidos
que mais parecem nuvens de castigo.
quase na chegada, ele dorme
ele se acostuma...
mas e aquele portão dourado que o espera?
será mesmo que atrás deste, a felicidade eterna o abraçará?
será que seus doces sonhos não desvanescerão na passagem entre mundos?
acordar : é compulsório
e agora que o céu se aproxima, é hora de não mais exitar
é hora de encarar todos os seus pedidos
que se realizaram - e, portanto, perderam o romance.
o gelo gostoso que voa pelas bochechas
e o salgado das lágrimas que choviam nos dias de verão
faziam-se construir um imenso guarda-sol
sem janelas , sem frestas
para manter os 16º que o fazia se abraçar
debaixo das cobertas, em seu mundo
atemporal, literário
para toda a eternidade até o alarme tocar.
por entre centelhas de setembros perdidos
que mais parecem nuvens de castigo.
quase na chegada, ele dorme
ele se acostuma...
mas e aquele portão dourado que o espera?
será mesmo que atrás deste, a felicidade eterna o abraçará?
será que seus doces sonhos não desvanescerão na passagem entre mundos?
acordar : é compulsório
e agora que o céu se aproxima, é hora de não mais exitar
é hora de encarar todos os seus pedidos
que se realizaram - e, portanto, perderam o romance.
o gelo gostoso que voa pelas bochechas
e o salgado das lágrimas que choviam nos dias de verão
faziam-se construir um imenso guarda-sol
sem janelas , sem frestas
para manter os 16º que o fazia se abraçar
debaixo das cobertas, em seu mundo
atemporal, literário
para toda a eternidade até o alarme tocar.
Stella foi colher amoras e voltou com uma Amélie.
As madeixas pretas lá jaziam, na mais eterna doce melancolia. Só, envolta por sentimentos de amargura, de seu cantinho erosivo não sairia : era sua porta (trancada) para seu próprio mundo. Correntes de giletes a enclausuravam em um mausoléu nobre, criada por ela para ela mesma. Seu mórbido visage e seus olhos sem esperança avistaram o espelho dos narcisos, e lá se afundou; de nada mais necessita além de seu espetáculo sofrido, a cerimônia de premiação dos maiores pesares cujo troféu foi dado a ela, por ela. O mundo lá fora era frio, irreal, quebrado e traiçoeiro; e o pior de tudo, lá, ela teria que renunciar sua tristeza.
Que lhe daria o amadurecimento em troca do abandono do doce sofrimento?
Que lhe daria o amadurecimento em troca do abandono do doce sofrimento?
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