domingo, 25 de abril de 2010

ravashing

facas do céu
são a nova chuva de homens de sobretudo e chapéu
perfuram com paixão destroçadora
de violência e cheiro vivo
e tudo o que é promíscuo
enfia, mete tudo o que tem
rasga e arranha
venenosa aranha

psicologia da procrastinação

que será que será
que me trava e deprime
me come, me domina
toda a porra do tempo
por mais doce que sejam os bolos?
sim, é outrora doçura
a doçura do amargo: wallow
onomatopéico que só
designa o retrato de um complexo.
assim se vê, assim se vive
a seu modo, intenso
e insubstituível

sexta-feira, 23 de abril de 2010

crushed (sem título)

crushed like a bug in the ground
lá vou eu, a com os menores problemas do mundo
histérica e inútil
gritando por um que ultrapasse o vidro
se rasgue tentando, mas insista
e ensangüentado(a), lance a pergunta:
como você se sente?

Lisztomania (bleh)

Um macarrão com pomarola
Uma mousse de maracujá
Um yogoberry com negresco e m&m's
Um ovo de páscoa
Uma caipirinha
Um galão de caipirinha
Uma bandinha nova de rock pseudo inglês
Um bom livro
Uma playboy
Uma sessão no Estação
Um sebo bom e barato
Umas expressões num blog
Não são uma noite com o meu Lego.

Eu poderia te dar um tiro

você se acha tão inexorável
com seus ponteiros e raios flamejantes
que atingem a todos os infortunados
inclusive a mim, no subjetivo
fucking subjetivo
poderia atirar nos dois
e explodir essa merda
é.

Esse calor que derrete o meu cérebro

Esse calor que derrete o meu cérebro
também transpira emoções.
Raiva, angústia, inquietude, arrependimento e medo escorrem e se unem em poça
para refletir meu rosto in-intrépido
como um cachorro reflete seu dono.
a última gota já se esgotou e não agüento mais.
que o tempo passe e leve o seu maldito tempo tropical com ele
até o último resquício desse bafo dos infernos.
As horas e os dias passam e nada faço, só suo,
suo e misso
submissa.
E escrevo poemas de merda

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sonhos

Na trilha para atravessar a censura
a psi levanta seu pincel e começa, pacientemente,
sua obra de arte de cada noite.
Com uma planilha do arco-íris mais esplendoroso
ela lança em arremessadas vívidas e rápidas
Um mergulho para este interior celestial:
a imensidão líquida
sem limites, chão ou teto
relógios derretidos e elefantes
uma rajada de cores surrealista;
atrás da outra, e da outra, um conjunto de símbolos
individuais?
ora, mas são todos ao mesmo tempo
coletivo, indivíduo
mente, espírito, alma, corpo
uma pitada de cada um...
juntos em um magnífico lago de reflexos do inconsciente -
infinito como o céu, intocável.