segunda-feira, 8 de março de 2010

Inverno

as flores congeladas que nascem dos algodões-doces
dançam no ar em direção à terra
hora graciosas, hora apressadas
tortas, coreografadas ou não
seguindo o ritmo da orquestra de dentro dos tímpanos.
ao fim de seus redemoinhos deixam rastros brancos
brancos como sua grande-mãe, solitários ou em massa
massa esta que se deita sobre as folhagens
e os gramados, as árvores e as montanhas
até mesmo nas terras: verglas.

os filhos glissados lançam um feitiço sobre o ambiente
em vez de adormecê-lo, o enche de sonhos
penumbra lívida
no deslizar, enxerga-se
o sem fim, o eterno
os flocos passam espalhando o encanto
encantando o reino das almas perdidas
tocando as faces uma por uma
o castelo contempla a chegada dos ventos gelados
é tempo de parar, refletir, enquanto vêem-se as tempestades níveas
e enfim dormir em paz.

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