quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Catarse

eu senti
senti tudo ao mesmo tempo
grama, roupas, peitos, sangue
com uma energia musical que me abraçava.
para acompanhar, me abracei
eu me senti...

não precisava de nada -
de tudo me bastava
no céu lá estava eu dançando ao movimento
das luzes espelhadas na água.
me unir àquela fonte, toque a toque:
uma magia de cada vez.
ao som de gritos ritmais, meus dedos se fundiam
à água, como nunca antes
seu sonho havia se realizado bem ali, noutra realidade
seres-filhos; finalmente
enquanto os vizinhos do primeiro andar
têm um orgasmo com a grama

o self vive uma aglomeração de mundos;
uma colcha de retalhos psíquico-sensoriais
que a incorpora com naturalidade
divagam assim entre os universos de cada detalhe
unindo-os, mestiço
totalidade -
será?

o boom se completa com a colisão
das bochechas de algodão com os cachos de anjo
se unem ao rosto, ao abdomem, às pernas
e descansam junto ao antes self
imersos no que agora sim é novo universo
misto: um.



(the great gig in the sky -)

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