quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Cuidado! Este post pode ser perigoso!

Olá!

Estou tomando conta desse blog nesse momento. Isso mesmo, o seu dono não está aqui agora e eu resolvi invadí-lo. Quem sou eu? Podem me chamar de Mimolette. Mas o que significa isso? Caso não saiba, Mimolette é um queijo fabricado na Holanda e no norte da França. Possui uma forte cor laranja, que pode ser mais escura ou mais clara dependendo do produtor e da idade do queijo.

Mas o importante é que posso ser chamado de Mimolette. Aliás, o dono deste blog também pode ser chamado de Mimolette. Mas não se confundam, pois eu não sou o dono deste blog! Apenas partilho este nome em comum. Se preferirem, podem usar Mimolette femme e Mimolette homme para diferenciar-nos. Não se sintam obrigados, afinal a diferença entre os dois é normalmente clara segundo o contexto. Por exemplo, agora o blog de Mimolette está sendo invadido por Mimolette.

Felizmente, tenho boas intenções. Assim, não vou revelar nenhum segredo íntimo do dono, Mimolette, neste post clandestino. Eu poderia facilmente fazer isso, pois conheço muitas coisas. Entretanto, prefiro apenas me apresentar. Agora que vocês me conhecem, talvez vocês voltem a ouvir falar de mim. Talvez eu consiga uma outra brecha neste blog, quem sabe? Quem sabe o que poderei dizer? Não é só porque guardo estes segredos para mim que eles não possam ser considerados como verdades. Aliás, muitas vezes, os segredos que são guardados com mais cuidado são os mais verdadeiros. Os mais autênticos. Os mais perigosos.

Pensem nisso.

ps: comam Mimolette, é bom pra caramba.

Home?

Home, home again
I'd like to be here, but I can't
Because I am
One lost soul swimming in a fish bowl.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

twinkle twinkle little bat

não,não, nada de depressões. Somente aspirações, inspirações, macarrões!
ah, a dura tarefa de entrar no mundo de outrém: "A paixão moderna pela fascinação da imagem corresponde ao modo vertiginoso de construir e desconstruir casais em nossos tempos. A dialética entre o olho da fotógrafa (ver) e a dança da stripper (dar a ver)".

é tudo tão belamente complexo;
é o nosso mundo, tout autour um mar de salmões contra a corrente, envolto pelo caos que gira nossas vidas. O que seríamos, afinal, sem a pulsão de morte?
fim do telegrama do chá das 5.


very very very rude in deed...

nota mental...

TEMPO PARA VIAJANTES
UMA (NÃO TÃO BREVE) HISTÓRIA DO TEMPO

Luiz Alberto Oliveira

Acreditamos, fundados em nosso senso comum, conhecer os atributos essenciais do Tempo: fluxo irresistível que transporta os seres do mundo do passado para o futuro, base deslizante em que o Real habita, linha infinita de instantes. Há, sem dúvida, uma Imagem do Tempo bem definida no Ocidente. Contudo, essa Imagem, tal como cotidianamente –e, em geral, inconscientemente – a empregamos,está em vias de sofrer um abalo dos mais profundos em função das inovações científicas mais recentes: não só as Ciências contemporâneas exibem diversas noções ou operadores denotados pelo mesmo termo “tempo” – indicando assim uma incompletude em nossa apreensão costumeira desse(s)conceito(s) tão básico(s) – como também, e ainda mais importante, para as Ciências atuais essa Imagem, ainda que funcional, não é “objetiva”, não corresponde a nenhum atributo fundamental da realidade natural. A célebre (e irônica) afirmação de Albert Einstein resume a posição de muitos cientistas: “Para os físicos, a distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão, ainda que persistente…”. Surge, assim, um curioso campo de problemas: como se constituiu a Imagem do Tempo predominante hoje em dia? Que outras Imagens de Temporalidade são concebidas e empregadas pelas Ciências contemporâneas? Como o conhecimento sobre a natureza – e, paralelamente, o estatuto do sujeito humano – se transforma ante essas novas figuras do pensamento? Qual o significado potencial dessa refundação dos Tempos para outros campos da cultura? Essa revolução de perspectivas aponta para uma série de questões de grande alcance que se encontram tentadoramente em aberto…

As estações do percurso:
Início: 13 MAI
Duração: 7 encontros
Dias/horários: Quintas-Feiras, às 20h (13/05, 20/05, 27/05, 10/06, 17/06, 24/06, 01/07)Valor: R$ 180,00 na inscrição + 2 parcelas de R$ 225,00
Tel.: (21) 2227-2237
Horário de funcionamento: segunda a sexta: 11h às 20h
E-mail:inforio@casadosaber.com.br

13 MAI 1. UMA (NÃO TÃO BREVE) HISTÓRIA DO TEMPO Os episódios capitais da invenção do Tempo.
20 MAI 2. TIC-TAC, TIC-TAC Descrição do surgimento do relógio mecânico, a Mãe das Máquinas.
27 MAI 3. O TRONO DE CRONO Exame da constituição, operação e disseminação da imagem cotidiana do Tempo.
10 JUN 4. A COSMOVISÃO CONTEMPORÂNEA As inovações revolucionárias que destronaram a Cronalidade.
17 JUN 5. LABIRINTOS, BIBLIOTECAS E PARADOXOS Investigação da Hierarquia de Temporalidades evocada pelas Ciências contemporâneas.
24 JUN 6. OS TEMPOS COMPLEXOS As principais características dos novos tipos de Tempos que doravante vigoram.
01 JUL 7. CONCLUSÕES (TEMPORÁRIAS) Avaliação das consequências das novas figuras do Tempo para a atualidade.

Luiz Alberto Oliveira. Físico, doutor em Cosmologia e pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF/MCT), onde também atua como professor de História e Filosofia da Ciência.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Vaivém atrás da porta

quando você se foi
acompanhado pelo mestre de cerimônias
e me deixaste ali, no canto do salão
só e sóbria
não estava mais entre cem pessoas
elas fugiram; pr'uma realidade barrenta e confusa
onde nada importa a não ser futilidades
mas meu lugar não era ali.

chuviscos de rancor me transbordavam
pela sintonia rasgada (por medo)
um medo que virou resquício
(comparado ao da solidão)
...a pontada me atingiu novamente
e dessa vez sabia que algo estava errado.

então pensei: ora,
mas se tantos já encontraram equilíbrio por trás dessas portas
por que não eu?

Catarse

eu senti
senti tudo ao mesmo tempo
grama, roupas, peitos, sangue
com uma energia musical que me abraçava.
para acompanhar, me abracei
eu me senti...

não precisava de nada -
de tudo me bastava
no céu lá estava eu dançando ao movimento
das luzes espelhadas na água.
me unir àquela fonte, toque a toque:
uma magia de cada vez.
ao som de gritos ritmais, meus dedos se fundiam
à água, como nunca antes
seu sonho havia se realizado bem ali, noutra realidade
seres-filhos; finalmente
enquanto os vizinhos do primeiro andar
têm um orgasmo com a grama

o self vive uma aglomeração de mundos;
uma colcha de retalhos psíquico-sensoriais
que a incorpora com naturalidade
divagam assim entre os universos de cada detalhe
unindo-os, mestiço
totalidade -
será?

o boom se completa com a colisão
das bochechas de algodão com os cachos de anjo
se unem ao rosto, ao abdomem, às pernas
e descansam junto ao antes self
imersos no que agora sim é novo universo
misto: um.



(the great gig in the sky -)

Ter seios

os morros debaixo do meu pescoço são meus,
agarro-os; pois me pertencem
sinto-os, vivo-os
os dedos os beijam, da margem esquerda aos bicos
depois os dominam como todo
até a margem da direita,
que infla de prazer.

o sutiã os acompanham desde muito temprano
está na hora de desabrochar
venham, deixem o ninho
e sintam o que é ser mulher...
brinquem, abracem a liberdade
permitam-se
que seus (outros) donos cuidem
- tão bem quanto sua mãe, a rosa - :
é hora de render à fera.