domingo, 27 de dezembro de 2009

Colisão

te olho e te devoro
te beijo com os dedos e a palma das mãos
mordo as semi-covinhas e suspiro:
te amo com todo o meu fôlego
me embromo nos cachos,
o abraço com toda a minha força
e nunca mais o deixo sair.

me derreter em você
fazer-me em lava e te envolver
mas não te machucar, nunca
é meu quebra-cabeça
complexamente extraordinário.

enigma que se explora em constelações
de estrelas cadentes, idéias
valores e talentos em cargas elétricas
gestos finos e únicos em nuvens de nebulosas.
bem lá no fundo, anéis sentimentais
perceptíveis somente a viajantes daquele universo

eles sussurram (confidencial)
a poeira cósmica de emoções reage
ao mochileiro, imerso a sós
porque ele foi digno de chegar até ali.
há apenas conseqüência
entrar até aqui, por fim.

a casca de noz que cobre o recinto
continua agarrada, vorazmente
mais do que nunca
ao (antes) mochileiro
agora ele é onda daquele mar de particularidades
a colisão de universos já se deu -
cada estrela uma mania, cada astro um gosto
e naqueles anéis residem a memória
do viajante que nunca mais se vai.

desse abraço explodem humanidades
alvoroço complexo de sentimentos
de projeções, associações, valorações
que se unem em universo-filho
resultante
cada asteróide, galáxia, anel
peculiaridades, que juntas são fruto
da união atemporal.

tudo começou com um olhar.

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