sábado, 30 de julho de 2011

a esfinge que invadiu a horta

no miolo de uma flor de Édipo
mantenho-me enroscada em posição fetal
sou bebê a ser descascado do repolho
frágil e sábio
pois não sabe
contempla o que flui ao seu redor
envolvendo-o como perfume em neblina
cor-de-rosa, cor de prosa
a magia do mundo dança narcisa.

a criança não percebe ali estar
mas seus semelhantes a obrigam
dão-lhe de presente um espelho e um cérebro:
e agora, quem veio primeiro, a vida ou a morte?
questões impostas que não eram questões.

por isso mesmo a criança se perde
pois agora há um referencial do que é se encontrar -
o que é isso que sinto? como nomear, lapidar, lidar?
este é o novo enigma
aquele que não partiu de mim mesma
mas sim das esfinges.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Algo que borbulhava já não encontra o mesmo fervor.
Ao provar, o dedo já não queima
Antes, expirava-se poesia.
But my heart, it don't beat, it don't beat the way it used to

domingo, 3 de julho de 2011

"E com isso te comunico uma doutrina que te fará rir, ó Govinda: tenho para mim que o amor é o que há de mais importante no mundo. Analisar o mundo, explicá-lo, menosprezá-lo, talvez caiba aos grandes pensadores. Mas a mim interessa exclusivamente que eu seja capaz de amar o mundo (...) O gesto da tua mão me importa mais do que as suas opiniões. Não é nos seus discursos e nas suas idéias que se me depara a sua grandeza, senão unicamente nos seus atos e na sua vida".

Siddhatha - Hermann Hesse